“Um tema sem relevância para o Brasil. Uma tentativa de desestabilizar a democracia. O voto impresso já era. Venceu a democracia”, assim se posicionou o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), logo após o resultado da votação da PEC do voto impresso, que foi derrotada no plenário da Câmara, na noite desta terça-feira (10), por 229 a favor e 218 contra. 

Apesar do placar, a desvantagem é apenas numérica. A tropa bolsonarista na Câmara dos Deputados precisaria de mais 79 votos favoráveis para chegar a 308 necessários para a aprovação da proposta. “O resultado representa uma importante derrota política para Bolsonaro”, disse.

A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) foi apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tem insistido na ideia de que as urnas eletrônicas só poderão ser auditáveis se houver um comprovante impresso do voto. Bolsonaro, inclusive, chegou a ameaçar a realização das eleições em 2022, caso o voto impresso fosse rejeitado, alegando que havia ocorrido fraude no sufrágio de 2018, mas sem provas. Por outro lado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu que as urnas, como funcionam hoje, são seguras e auditáveis. 

Nesta terça-feira (10) pela manhã, Bolsonaro promoveu um desfile de blindados e tanques de guerra na tentativa de intimidar os deputados, o que gerou várias manifestações de parlamentares contrários à atitude antidemocrática do presidente. “Não cabe retrocesso, nem intimidação, muito menos cabe um assunto desta natureza ser debatido num cenário de pandemia, com tantas outras prioridades”, disse Túlio. “Além de tudo isso, o nosso sistema eleitoral é seguro. Referência no mundo”, completou.

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