Em resposta à explícita intenção antidemocrática de se tentar, com o desfile de tanques e blindados de guerra, intimidar os parlamentares, que votam, nesta terça-feira (10), a PEC do Voto Impresso, o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) enviou ofício solicitando a interdição do trânsito nos arredores do Congresso Nacional. O documento endereçado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, vale para outros eventos que, porventura, venham a acontecer com o mesmo objetivo intimidatório, sobretudo em dias de votações polêmicas. 

“Já que Bolsonaro quer brincar de desfile de tanques de guerra no dia da votação da PEC, solicitei à presidência do Congresso o isolamento do trânsito no entorno. Para que o desfile aconteça apenas para Bolsonaro. O único interessado”, justificou o parlamentar. 

O desfile pretendido por Bolsonaro percorrerá a Esplanada dos Ministérios e culminará em frente ao Palácio do Planalto, local onde o comandante do comboio militar desembarcará para protagonizar uma cerimônia de entrega ao presidente do convite para presenciar o maior treinamento militar da Marinha, que ocorrerá na cidade de Formosa, a 70 quilômetros de Brasília, e está marcada para acontecer no próximo dia 16. 

O motivo não convenceu ninguém. Reforçou ainda mais a intenção de Bolsonaro que vem atacando a democracia e o sistema eleitoral brasileiro, colocando em xeque a segurança das urnas eletrônicas. “Não há  qualquer justificativa que demande a realização da cerimônia no formato e data pretendidos”, afirmou o pedetista. “A intenção de Bolsonaro é clara: nos intimidar, mas não vai conseguir. A democracia é a nossa prioridade”, atestou Gadêlha.  

A  PEC do Voto Impresso, defendida por Bolsonaro, foi derrotada por ampla maioria na Comissão Especial da Câmara dos Deputados, responsável por sua análise. Entretanto, o presidente da Casa, Arthur Lira, decidiu levar a proposta para votação no plenário, cuja votação está prevista para hoje. O tema deverá sofrer nova  derrota.  

 

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