“O Arco Metropolitano é uma importante obra estruturante para o nosso Estado, mas não pode destruir nosso último fragmento de Mata Atlântica”, afirma o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT/PE), que participou, nesta quinta-feira (20), da audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que tratou do assunto. O trecho Norte é considerado o mais polêmico do Arco Metropolitano.



Segundo o que foi discutido no encontro, o traçado, que abrange Goiana a São Lourenço da Mata, voltou a ter projetos a serem licitados com os mesmos vícios já rejeitados pelas agências ambientais anteriormente. Para Túlio Gadêlha, a rota configurada representa uma inadequação técnica além de um perigo de dano grave à biodiversidade da região.



“Existem alternativas e uma delas contorna a APA Aldeia-Beberibe”, informou Túlio. Na audiência, o deputado pediu para que todos os envolvidos no projeto tenham um olhar sensível à construção do percurso, pois, da forma que está, vai destruir nascentes e florestas. “O traçado Norte do Arco destrói parte significativa da nossa última reserva de Mata Atlântica”, destacou.



De acordo com o presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo, o desenho representa uma depredação ao maior fragmento de Mata Atlântica localizada ao norte do rio São Francisco. “Estamos lutando para sensibilizar o Governo do Estado acerca do projeto que está sendo proposto que reproduz traçados rejeitados e impugnados em 2014. Não tem como progredir. Temos uma alternativa viável, não podemos cortar a APA Aldeia-Beberibe”.



A audiência pública foi presidida pelo deputado estadual Wanderson Florêncio e teve a participação de representantes do Governo do Estado, parlamentares, Ministério Público, CPRH e a sociedade civil organizada.



ARCO METROPOLITANO
O Governo do Estado lançou duas licitações para a implantação do Lote 1 (trecho Norte, que liga a BR -101 à BR -408) e do Lote 2 (trecho Sul, que inicia na BR -408 e termina no Cabo). O Trecho Sul já contempla o Projeto Executivo, já o Norte considera ainda o Projeto Básico, com estudo do impacto ambiental e desenvolvimento de alternativas locacionais.



O edital da AD DIPER em curso, apontou em seu anexo I, um traçado proposto já rejeitado pelos órgãos ambientais e pela sociedade, sendo esta a mesma razão do insucesso do edital do DNIT anteriormente rejeitado.

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