“Privatizar os Correios é retirar direitos”, diz Túlio Gadêlha

“O serviço postal no mundo, na sua grande maioria, é estatal porque se trata de um direito do cidadão. Privatizar os Correios é negar acesso postal e de encomendas, sobretudo à população mais pobre, ampliando ainda mais as desigualdades no Brasil”, assim o deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) se colocou contra o projeto de privatização dos Correios posto em votação, nesta quinta-feira (5), na Câmara dos Deputados.


O pedetista não vê sentido em desestatizar uma empresa pública altamente lucrativa e que desempenha um importante papel social no País, chegando a lugares onde a iniciativa privada não alcança. Para se ter uma ideia, a estatal lucrou R$ 1,5 bilhão em 2020, emprega mais de 100 mil trabalhadores e está presente nos 5.568 municípios brasileiros.


“A quem interessa a venda desse patrimônio brasileiro? Concentrar os dividendos nas mãos de duas ou três pessoas é um ataque covarde à população brasileira”, afirmou Túlio Gadêlha. O PL 591/2021 autoriza que os serviços postais possam ser explorados pela iniciativa privada, inclusive os prestados atualmente em regime de monopólio pela estatal, que é 100% pública.


Segundo matéria do portal UOL, os Correios acumularam mais de R$ 12 bilhões entre os anos de 2001 e 2020, repassando 73% ao governo federal, seu único acionista, portanto, não depende do Tesouro para se manter. Aliás, a estatal possibilita que o valor rendido seja empregado em áreas como saúde e educação, por exemplo.


Além da lucratividade, a função social desempenhada pela empresa pública é inquestionável. “Ela viabiliza entregas de correspondências ou encomendas importantíssimas em lugares remotos, a valores tarifários irrisórios”, argumentou o deputado, acrescentando: “os Correios do Brasil são a maior empresa logística e postal da América Latina, com valor de mercado de mais de R$ 20 bilhões”, informou o parlamentar.
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Saiba Mais
Os Correios fazem 97% das entregas no prazo; ganharam quatro vezes o Oscar dos Correios (World Post & Parcel Awards) e chegam a entregar mais de 15 milhões de correspondências por dia.