Pacientes com Leucemia Mielóide Crônica estavam desde outubro sem o tratamento

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT), esteve na Secretaria de Saúde de Pernambuco em reunião com o secretário executivo de gestão estratégica, Humberto Antunes, para pedir informações acerca da suspensão do fornecimento dos remédios para o tratamento de leucemia mielóide crônica (LMC) no segundo semestre de 2021. Gadêlha foi acompanhado de pacientes que foram afetados com a interrupção do tratamento. 

Na última semana, inclusive, o parlamentar enviou um requerimento de informações ao ministro da saúde Marcelo Queiroga a fim de solicitar respostas dos motivos da suspensão do fornecimento dos remédios do tratamento de LMC para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde (MS) deixou faltar em todo território nacional o fármaco usado em casos de LMC e de outros tipos de leucemia, ocasionando em um quadro grave de desabastecimento do insumo e deixando desassistidas milhares de pessoas. O Governo de Pernambuco não recebe a medicação desde outubro.

“A Constituição garante o direito à vida e à saúde. Quando se tira medicamento quimioterápico de um paciente de LMC, essencial a sua vida, estamos contrariando esse preceito Constitucional. Pacientes de Câncer, não podem esperar. O Tempo de vida ou sobrevida depende da tempestividade da chegada dos medicamentos. Hoje podemos dizer que tivemos uma vitória, pois ao fim da reunião tivemos a notícia de que, hoje mesmo, chegariam os remédios. Mas continuaremos acompanhando a distribuição dos outros meses para tentar evitar outra interrupção”, explicou Gadêlha.

“Desde julho de 2021 nós recebemos relatos de pacientes sobre a falta dos inibidores da tirosina quinase (Dasatinibe, Imatinibe e Nilotinibe), medicamentos essenciais para o tratamento de Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoide Aguda (LLA). Desde o início do mês de fevereiro, 111 pacientes entraram em contato com o Apoio ao Paciente da Abrale para relatar a falta dos três medicamentos, em 16 estados do Brasil e Distrito Federal”, explicou Angélica de Fátima, da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) ONG que representa pessoas com doenças no sangue.

Para Verônica Ribeiro, aposentada e usuária do tratamento há mais de 15 anos, a pressão política feita pelo pedetista foi fundamental. “Nós já recorremos a todos os órgãos e instituições de saúde para nos ajudar a recuperar nossa chance de sobrevivência e nunca obtivemos respostas ou qualquer andamento. Hoje, já saímos da reunião com uma boa notícia: a de que hoje mesmo os medicamentos estariam chegando aqui para, em seguida, serem distribuídos. A pressão política foi, sem dúvida, fundamental para agilizar os trâmites e, assim, conquistarmos de volta a esperança numa vida saudável”, concluiu.

Após pressão, representantes da secretaria anunciaram a chegada de mais de 680 caixas do maleato de imatinibe, ainda nesta quarta-feira (23), quantidade suficiente para atender todos os pacientes do Estado por aproximadamente um mês e meio. “Diante da situação que estavam os pacientes de LMC, hoje saímos com uma vitória, sim. Porém, continuaremos fiscalizando e cobrando para que seja retomada a distribuição correta desses comprimidos nos meses seguintes”, finalizou Gadêlha.

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