O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) enviou um ofício ao Ministério Público Federal solicitando que o assessor Internacional do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Filipe Martins, seja investigado pelo gesto que fez durante sessão no Senado. Embora no Brasil o sinal também valha para dizer um simples “ok”, ao redor do mundo, sobretudo nos EUA, ele é utilizado por grupos extremistas e considerado como um sinal de organizações de supremacia branca.

“Nenhuma instituição pode ser palco para aceno à violência, ao ódio e ao racismo”, disse o parlamentar. “É inadmissível a postura desrespeitosa do assessor”, completou.

O assessor de Bolsonaro acompanhava o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na sala de transmissão da sessão temática remota do plenário do Senado, nesta última quarta-feira (24). A sessão tratava das estratégias adotadas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, referentes à compra de vacinas da Covid19.

Filipe Martins, que estava sentado atrás do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, foi flagrado unindo as pontas do polegar e do indicador, formando um círculo, no momento da fala do senador.

O gesto foi amplamente divulgado nas redes sociais de várias personalidades e instituições e nos jornais digitais de grande circulação. O movimento pode ser confundido com o simples “OK”, mas também remete ao símbolo WP, em referência a White Power (supremacia branca), quando os três dedos retos formam a letra “W”.

Mesmo sinal feito pelo atirador australiano Brenton Tarrant, de 29 anos, acusado de matar 51 pessoas e ferir outras 40, na Nova Zelândia, em 2019. Ele foi condenado à prisão perpétua pelo ato terrorista realizado na mesquita de Al Noor e no Centro Islâmico Linwood, na cidade de Christchurch.

O gesto vem sendo difundido, principalmente nos Estados Unidos, como uma ação ligada a movimentos supremacistas de extrema-direita. Ele é usado pelo grupo Proud Boys, por exemplo, que ajudou na invasão do Capitólio em janeiro deste ano.

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